De acordo com Leonardo Manzan, os contratos híbridos que combinam geração e armazenamento de energia exigem atenção especial no ambiente pós-reforma tributária, sobretudo no que diz respeito aos critérios de creditamento do IBS e da CBS. Esses contratos reúnem atividades simultâneas que envolvem geração principal, operação de baterias, integração com sistemas digitais e serviços acessórios que dão suporte ao funcionamento das unidades.
Como cada etapa possui natureza própria, a definição dos créditos aproveitáveis depende da caracterização precisa das operações e da consistência documental que as empresas conseguem apresentar. A complexidade tecnológica do setor, portanto, reforça a necessidade de estruturação fiscal criteriosa.
Elementos que influenciam o creditamento conforme indica Leonardo Manzan
Conforme indica Leonardo Manzan, os contratos híbridos costumam envolver serviços vinculados ao monitoramento, análise de dados, parametrização de equipamentos e gestão digital do fluxo energético. Essas atividades, embora essenciais ao desempenho do sistema, podem receber tratamentos tributários distintos. Para que o creditamento seja válido, torna-se indispensável que a empresa demonstre a vinculação direta entre os serviços contratados e a operação principal. A clareza na descrição técnica e a segregação adequada das etapas são decisivas para evitar reinterpretações que limitem o uso dos créditos.

Outro fator relevante é a estrutura das notas fiscais e dos relatórios operacionais. Equipamentos que atuam de forma integrada às baterias, por exemplo, podem gerar dúvidas sobre seu enquadramento quando não há especificação suficiente sobre a função desempenhada. A organização documental precisa refletir de forma fiel o funcionamento do sistema híbrido, garantindo que o crédito seja apurado com base em informações completas e coerentes.
Integração entre geração e armazenamento e seus reflexos fiscais
Leonardo Manzan informa que a integração entre geração e armazenamento cria fluxos operacionais que devem ser compreendidos antes da definição das bases de cálculo. Sistemas híbridos costumam responder de maneira automática a variações de demanda, ativando baterias ou redirecionando energia para estabilizar a rede. Como esses processos envolvem múltiplas etapas, a documentação deve demonstrar exatamente o papel de cada unidade dentro da operação. A precisão dessas informações influencia diretamente o creditamento e reduz o risco de inconsistências que possam ser identificadas no momento da fiscalização.
Ainda assim, é essencial considerar que a integração tecnológica altera a periodicidade e a forma como os serviços acessórios são prestados. Atividades contínuas de supervisão ou ajustes operacionais podem ser tratadas de maneira distinta das atividades pontuais de instalação ou configuração, o que exige revisão constante dos documentos fiscais e contratuais. Essa atualização periódica garante alinhamento entre o funcionamento do sistema e o enquadramento tributário adotado.
Governança fiscal como base para contratos híbridos
Como reforça Leonardo Manzan, a governança fiscal desempenha papel determinante na utilização correta dos créditos do IBS e da CBS. Empresas que operam com sistemas híbridos precisam manter processos internos capazes de rastrear cada etapa da operação, relacionando equipamentos, serviços e registros fiscais de forma transparente. Esse alinhamento facilita a comprovação da essencialidade das atividades e fortalece a posição da empresa em eventuais questionamentos administrativos.
A padronização documental também contribui para reduzir divergências. Contratos bem estruturados, notas claras e relatórios operacionais detalhados permitem identificar, com precisão, quais serviços são diretamente ligados à operação e elegíveis ao creditamento. Esse cuidado se torna ainda mais importante à medida que as tecnologias híbridas se expandem e passam a integrar sistemas complexos das redes elétricas.
Tendências para o creditamento em sistemas híbridos no pós-reforma
Sob a interpretação de Leonardo Manzan, as diretrizes de creditamento do IBS e da CBS tendem a ganhar novos desdobramentos conforme o setor elétrico avança na adoção de sistemas híbridos. A tendência é que as operações se tornem mais sofisticadas, exigindo documentação técnica cada vez mais detalhada e análises fiscais alinhadas ao funcionamento real das unidades. Em um ambiente em constante transformação, empresas que investirem em governança estruturada, atualização contratual e clareza documental estarão melhor posicionadas para aproveitar os créditos permitidos, evitando riscos e garantindo segurança jurídica.
Por fim, a correta aplicação das regras de creditamento em contratos híbridos representa elemento chave para a viabilidade econômica dos projetos, já que a gestão tributária influencia diretamente a eficiência financeira das operações de energia.
Autor: Gigle Catabriga

