O direito à saúde no Brasil é um pilar fundamental da nossa sociedade. Porém, conforme o advogado Aroldo Fernandes da Luz destaca, essa garantia, no entanto, muitas vezes parece distante da realidade de muitos brasileiros que enfrentam dificuldades para acessar o Sistema Único de Saúde, consultas, exames e tratamentos. Compreender como esse direito funciona na prática e quais são os mecanismos legais disponíveis para assegurá-lo é crucial para que cada indivíduo possa lutar por sua saúde e bem-estar.
Como o Sistema Único de Saúde (SUS) garante o acesso à saúde?
O Sistema Único de Saúde (SUS) é a principal porta de entrada para a concretização do direito à saúde no Brasil. Criado pela Constituição Federal de 1988, o SUS é um sistema público, universal e gratuito, que oferece uma ampla gama de serviços, desde a atenção primária até procedimentos de alta complexidade. Conforme explica Aroldo Fernandes da Luz, o SUS é financiado por recursos públicos e tem como princípios a universalidade, a integralidade e a equidade no acesso aos serviços de saúde.
A universalidade garante que todos têm direito ao atendimento, independentemente de sua condição social ou econômica. A integralidade preconiza a atenção à saúde em todos os níveis, desde a prevenção até a reabilitação. Já a equidade busca reduzir as desigualdades, oferecendo mais a quem mais precisa. Assim, o SUS se configura como um importante instrumento para a garantia do direito à saúde para a população brasileira.
Quais mecanismos legais podem ser acionados para garantir tratamentos?
Quando o acesso aos tratamentos necessários é negado ou dificultado pelo SUS, ou por planos de saúde, existem mecanismos legais que podem ser acionados para garantir esse direito. A Constituição Federal e outras leis infraconstitucionais ampara o cidadão em busca de saúde. Um dos principais instrumentos é o mandado de segurança, uma ação judicial rápida utilizada para proteger direitos líquidos e certos violados por ato ilegal ou abusivo de autoridade pública, ou de quem exerça função delegada do poder público.

Ademais, como elucida Aroldo Fernandes da Luz, em casos envolvendo planos de saúde, o consumidor pode recorrer à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para registrar reclamações e buscar soluções administrativas. Em situações mais complexas, ações judiciais ordinárias podem ser propostas para garantir o acesso a tratamentos específicos, medicamentos de alto custo ou internações negadas indevidamente. É fundamental buscar orientação jurídica para avaliar a melhor estratégia em cada caso.
O que fazer em caso de negativa de atendimento ou tratamento?
Diante da negativa de atendimento ou tratamento, é crucial que o paciente ou seus familiares ajam de forma organizada e busquem seus direitos. Conforme expõe Aroldo Fernandes da Luz, o primeiro passo é formalizar a recusa por escrito, solicitando à instituição (SUS ou plano de saúde) a justificativa detalhada da negativa. Essa documentação será essencial para futuras providências.
Em seguida, é importante buscar orientação junto aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, ou procurar um advogado especializado em direito à saúde. Esses profissionais poderão analisar o caso, orientar sobre os melhores caminhos a seguir e, se necessário, ingressar com as medidas judiciais cabíveis para garantir o acesso ao tratamento de saúde.
O direito à saúde no Brasil é uma conquista social que demanda constante vigilância e ação para sua efetivação. Conhecer os mecanismos legais e o funcionamento do SUS é o primeiro passo para garantir que esse direito seja respeitado. Segundo a visão de Aroldo Fernandes da Luz, a informação e a busca por orientação são ferramentas poderosas para superar as barreiras de acesso e assegurar o tratamento adequado quando necessário. Lembre-se, a saúde é um direito fundamental e lutar por ele é um ato de cidadania.
Autor: Gigle Catabriga